O QUEBRA-CABEÇA
Abriu-se um junho no horizonte, tempo gelado para começar uma história. Foi dali que veio aquela primeira sensação. Eu e minha Lilith, uma velha moto que comprei, cortávamos os ventos glaciais de uma nova vida.
Consegui comprar a Lilith com um pouco de dinheiro que há tempos ganhei no meu antigo emprego. Anos que fizeram de minha vida uma prisão. Trancafiado e acorrentado pelas horas, o tempo se passava rápido e consumia minha vida. Mas isso se tornaria a alavanca do mecanismo desta história que vou lhe contar.
Em 22 de junho de 1986, os dias se tornavam mais leves após minha saída para a longa jornada. A busca construía à minha frente a grande ponte para uma nova vida. Parado sob um viaduto por causa da chuva forte, tirei o capacete e fechei os zíperes da jaqueta. O frio era intenso, mas a roupa me protegia.
Observava os carros rompendo a chuva com dificuldade, formando ondas ao passar; alguns paravam. Aquilo me trouxe lembranças do passado que me assombrava entre um pensamento e outro. Talvez não fosse uma viagem, mas uma fuga de mim mesmo em busca de um milagre.
O lugar onde eu estava parado começou a alagar, e os ventos sopravam as gotas de chuva para os lugares secos. A natureza, com seu tempo misterioso – o mesmo tempo que rege as forças ocultas do universo – começava a acalmar. A chuva diminuiu, e as correntezas sobre o asfalto foram cedendo. E, ali, eu tinha todo o tempo necessário.
Era minha hora de continuar. Coloquei o capacete, levantei a viseira e segui viagem com a Lilith.
Depois de rodar em direção ao sol, vi o astro se preparando para o sono da noite, convidando a lua para assumir a vigília celestial. Tons de laranja escuro pintavam o céu; o vermelho se misturava ao azul-negro da escuridão, e as primeiras estrelas surgiam. Após muitos quilômetros, precisava encontrar um lugar para descansar, pois minha coluna já doía.
Lá, ao longe, pontos de luz amarelos e brancos brotavam na escuridão. Era o lugar para recarregar.
Postes iluminavam a Lilith, cujo corpo de metal preto com finas listras vermelhas mostrava um design meio esportivo. Um grande farol prateado iluminava o caminho, e o motor roncava como um animal desafiador. As casas surgiam uma a uma, formando uma cidadezinha do interior silenciosa, apenas o som do motor ecoava nas paredes.
Ao entrar na cidade, vi pessoas em suas portas, senhoras buscando o vento; o clima estava mais quente. Um bar com homens e mulheres jogando sinuca compunha a rua comprida, o centro daquele lugar.
No fim da rua, uma igreja católica com as portas fechadas. Estacionei a moto, tirei a chave e puxei o capacete, observando o hotel no meio da rua principal.
– Olá, boa noite! Bem-vindo ao Hotel Trindade – disse uma moça com um sorriso elegante, atrás do balcão.
– Boa noite. Um quarto, por favor. Vou passar a noite.
– Aqui está a chave. Onde posso estacionar minha motocicleta em um lugar seguro?
– Temos um estacionamento, senhor. Pode deixá-la lá sem preocupação; fica atrás do hotel.
– Muito obrigado – agradeci, mais tranquilo.
O quarto número três. O hotel estava quase cheio pelo movimento. Levei a Lilith para o estacionamento, deixei-a sob uma tenda e segui para o quarto.
O quarto tinha um abajur ao lado da cama, uma televisão na parede, e um banheiro. Entrei, abri o armário; algumas escovas e um pente moravam ali há mais tempo que qualquer hóspede. Tomei banho e saí para explorar a cidade.
A poucos passos, vi um bar movimentado. Entrei e, como era de costume, um estranho era apenas um estranho. Os olhares desconfiados, mas algumas mulheres demonstravam interesse. Sentei-me, pedi uma cerveja e, rapidamente, o garçom trouxe a bebida acompanhada de um copo.
O ambiente do bar era peculiar, com uma música norte-americana ao fundo, vozes e risos. Algumas mulheres eram funcionárias, outras uma espécie de produto. Policiais jogavam sinuca, fingindo que suas bebidas eram refrigerantes.
Uma mulher de cabelos loiros se aproximou.
– Oi, motoqueiro, quer companhia?
– Foi a melhor proposta da noite – respondi, pegando sua mão.
Bebemos e rimos enquanto observávamos os outros bêbados. A madrugada avançou, quente e delirante. Uma pequena confusão no bar foi a deixa perfeita. Levei-a para o quarto, quase sem conseguir andar após me levantar da mesa.
Mas nem tudo era o que parecia.
Um esquema bem traçado para ganhar com turistas. O dono do bar os policiais e a prostituta. A tramar uma fascinação com um final de roubo.
O dono do bar também proprietário do hotel separava o quarto, mas distante da recepção provocando assim a distância de dúvidas ou ajuda criando um tempo do quarto a recepção, como era tramado com a prostituta que supostamente desmaiaria ou passaria mal forçando o cliente a correr para pedir ajuda deixando quarto sozinho.
O resto vocês já podem adivinhar.
E assim se fez levei-a para o quarto abri a porta com uma certa dificuldade por conta do álcool, ao entrar tropecei em minha bolsa, cai no chão também esparramado minha carteira, dinheiro e cartões espatifaram-se até a cama. Não liguei, a mulher me ajudou a levantar que poucos passos me jogára na cama caindo por cima de mim e rindo.
Mesmo bêbados transamos até exaustar os corpos ao sono.
Os homens que cumprindo sua parte que seria o final do plano se a mulher não ficasse sozinha no quarto para apanhar os bens eles confirmariam após o silêncio.
Abriram a porta do quarto com "boas intenções". À primeira vista foi minha carteira jogada, cartões e dinheiro brilhavam aos olhos cegos de curiosidades para ver o resto do local, sons de botas cada vez mas invadiam o lugar. Os dois trabalhavam rápidos e se falavam com os olhos mesmo com pouca luz. O abajur apagado assistia mudo e pálido, peças de roupas da mulher espalhavam pelo quarto como uma trilha.
Atentos e com a maldade em sua companhia músculos e mentes suavam um filete fino como uma navalha fria em seu pescoço. Foi quando viram uma sombra cortar a luz que vinha de fora pela persiana era um homem.
Escutavam as botas que contavam o tempo nos passos das pisadas; uns dois três quatro silêncios que quase parou os corações dos homens, que lembravam agora do motoqueiro bêbado que não estava lá.
Conferindo, mas de perto a bota de um dos assaltantes apertou um líquido viscoso que vez à bota deslizar. A prostituta estava morta sem os olhos. Aquilo foi como uma bomba em seus nervos corações disparavam, todo corpo pulsava um pavor como um frio os músculos tremiam se armaram com os seus revólveres cada um com um. Era uma guerra naquele momento matar ou morrer a maçaneta da porta girou e a porta se abriu recebendo o homem com tiros dos ladrões.
O corpo caiu metade do corpo dentro do quarto e as pernas para fora puxaram para dentro e feixaram a porta ligando a luz viram o rosto do dono do hotel e amigo deles.
- Meu deus Carlos é o salvador.
- como cara? Como?
- Puta que pariu cara.
- Vamos Carlos, antes que vejam a gente
- Você está doido
- Nós temos que chamar o delegado
Enquanto observava a loucura brotar de seus olhos de um binóculo no quarto do outro lado do pátio uma pequena divisão entre a fileira esquerda e direita ao centro na ponta a recepção
Se mexiam como porcos dentro de um chiqueiro com aquela alma suja podia sentir o cheiro do medo minando de seus corpos imundo.
-Chega.
Corri até a recepção.
- Oi moça eu acho que o gerente não conseguiu resolver meu problema de roubo.
- Calma senhor ele foi até lá, já, já estará de volta.
Provavelmente ela também sábia de todo o processo
-Ele está demorando muito.
-Eu irei até lá, espere aqui senhor.
- Muito obrigado, moça, -seu nome?
-Elisabeth.
- É um prazer, mesmos sobre tais situações
Ela riu ajeitando o cabelo e pegando minha mão que estendi.
Ela passou por baixo de uma portinhola onde deixou à vista o decote que seria mais um atrativo para clientes. O ar da inquietação passou por mim os cabelos castanho de Elizabeth voavam.
-Faça agora.
- O quê? Perguntou a moça virando somente o pescoço.
Foi onde facilitou meu trabalho. Quase podia sentir o gosto dos impulsos da vibração que fazia os ossos do pescoço quebrando em minhas mãos e ela cair lentamente no piso principal da recepção.
Sorri com o canto da boca, mas por dentro de minhas entranhas, uma gargalhada de ecos infernais.
-Não, já chega
Por um impulso arrastei a moça colocando-a atrás do balcão de mármore preta.
Fui aos disjuntores centrais e desliguei um a um forçando todos a sair de seus quartos pelo menos os que estavam acordados. Saí da recepção em direção ao quarto 03 o escuro era minha companhia todos se agitaram com murmúrio e conversas por causa da queda de energia
Parei do lado esquerdo da porta encostado na parede. Primeiro homem saiu com um capuz, Tapei sua boca e com faca de caça desferir dois golpes a cima da cintura na parte de traz do tórax quatro dedos da coluna. A faca entrou e saiu levemente ele caiu e não levantou más. O outro tropeçou no corpo do parceiro e caiu, enquanto isso entrei no quarto e apanhei tudo que era meu.
- Falta um.
- Calado shiiiii.
Saí pela janela que dava acesso ao estacionamento atrás do hotel levei a moto desligada até o asfalto coloquei ela no pé de descanso e voltei.
Cinquenta passos até a janela olhei e deia volta vi quando o mascarado agora mostrava seu rosto e seguia para cumprir seu papel diante da cidade.
A maioria teria fugido sem pagar o dono estava morto junto com a recepcionista é a prostituta que o nome se dava a uma nobre inglesa entrando em contradição.
O tumulto se fazia em grande escala e meu objetivo a segundos a traz teria que ser rompido agora avançar e procurar adiante minha cura ou um milagre já que agora estava com a primeira peça do enigma os olhos da prisão carnal.
- Não se culpe ele não merecia, era sujo e sem nome.
- Já fiz de tudo -Agora vá embora. disse a ele quase gritando.
- mi, mi milagre.
- Não pequenino ceifador- É Muito maior
- Me deixe em paz.
Acelerei os cinquenta passos de volta, travei a mochila nas costas e coloquei o capacete ligando o motor assombroso de lilith. As asas do motor a batiam como morcegos na caverna, a luz do olho prateado iluminava um novo caminho.
XXX
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGUANÇA PUBLICA
POLICIA CIVIL DO ESTADO DE TRINIDADE-MH
Boletim. No.:5786/1986 Folha:01
Dependência: K. T Emitido em:23/06/1986
Boletim de Ocorrência de Autoria conhecida
Natureza: título I (art.121)
Espécie: homicídio tripulo
Local: cidade Trinidade estado de K.T
Morte de três pessoas; Elisabeth Salvador gomes,Carlos Domingues e Raquel Fraguima costa. Obs.: encontrada sem os olhos primeira vítima decretada pelo. IML Aproximadamente as 03:40 da manhã. Causa da morte perfuração causada por faca nos três casos. O Suposto assassino fugiu sem deixar pistas nem impressões digitais.
Testemunha e relator: Soldado de polícia militar Benittes.
Descreve também o retrato falado,
XXX
Dia 26 de Junho de 1986
Victor salieri
Arquivo pessoal em iniciação
A janela deixa gentilmente o sol transpassar a luz até o escritório de Victor salieri, um detetive da polícia do estado de Mihranda.
O dia começava com aquela velha dor de cabeça enjoada que me persegue, talvez, seja culpa do álcool. Abri a gaveta atrás de algum remédio sempre os tinha, retirei papéis canetas uma carteira vazia de cigarro que deve estar ali a anos copos e uma arma que também se juntava ao lixo que se encontrava ali. Bati a gaveta esperando que a gaveta ou a mesa escutasse meu lamento foi quando quatro batidas se fizeram no vidro da porta.
— Entre.
Entre a porta e o portal outro agente. Era Timóteo.
— Vicko, é o chefe quer falar com você.
— Merda, o que será que ele quer?
— Não sei, mas, ele pediu um café, mas forte. Riu Timóteo fechando novamente a porta.
Levantei e vi que minha roupa estava pior de quando eu tirei da máquina de lavar. Concertei o que pude e sai do escritório.
Canetas, conversas, canecas e o café eram os habitantes, mas comuns naquele lugar e em maior número. atravessei por sons, olhares e fumaça a delegacia em frenético movimentos, foi quando abri a porta do delegado.
Ele como sempre de costas pra mesa atendia o telefone em um tom baixo, acenava com a mão para sentar-se.
Um enfeite em cima de sua mesa me prendia, era um eixo que fazia três bolas se chocar e movimentar-se sem fim aquilo me hipnotizada toda vez, não era como um que comprei barato na feira que eu tinha que puxar a bolinha para balançar.
Mas tudo aquilo foi interrompido pelo telefone que foi colocado no gancho pelo delegado com sutileza.
—Vicko, tenho um trabalho pra você, sua cara.
— Chefe o senhor me disse que seria a.
— Calma. É como se fosse suas férias. — No interior, sem barulho, tranquilo.
— Mas senhor.
— Merda Vicko. Esses caras não são a metade do detetive que você é e esse departamento é um dos melhores por casos que você resolveu.
— Tudo bem, eu.
— Eu sabia que poderia contar com você.
— Os papéis do caso estão aqui. — Pegue, agora vá para casa arrume as malas porquê amanhã você parte para Trinidade.
O telefone tocou como se fosse combinado, o chefe virou de costas para sua mesa e acenou agora para me retirar.
uma pasta amarela com uma etiqueta branca era o começo de tudo. Talvez tenha feito aquilo tanto que eu nem saberia o que fazer nas minhas sonhadas férias, mas "para quem não sabe para onde está indo qualquer lugar serve".
Tranquei a porta do escritório com a pasta na boca e o sobretudo que acabará de cair.
— Calma aí, está apressado para suas férias. disse Timóteo pegando o sobretudo do chão.
— Acho que minhas férias sairá no dia de São Nunca de tarde cedo, assim bem cedinho.
Rimos e apertamos às mãos em um sinal de sorte.
Saí do prédio e parei na portaria para ascender um cigarro o sol estava a poucos metros de distância e parecia querer destruir meu olhos, no bolso um óculo escuro me chamava, agora parecia estar pronto para enfrentar o caloroso dia.
Ao andar em direção ao centro da cidade dentro de um táxi, pensava em milhões de coisas que me transformaria amanhã com o poder da disciplina, planos que qualquer um ser humano não pensante compulsivo conseguiria executar e ficaria feliz facilmente.
Felicidade, tradução fantasiada pelo sentido de manipulação.
— Senhor
— oi
— senhor
— Desculpe, quanto?
— 15 cruzeiros
Peguei o sobretudo e tirei a gravata ao descer do táxi. Avia um último cigarro que levei a boca ateando fogo. amassei a carteira e coloquei-a no bolso pesando ao sentido de jogada no chão.
A Passos pensativos olhava ao redor de cabeça alta as escadas que estava a poucos metros os pombos voavam de um lado para outro a traz das migalhas do mundo
Atirei o bituca do cigarro em uma poça de agua que se formava por uma chuva que espantava a incrível mudança de clima e que começava no exato momento que meu destino seria o refúgio dessa manhã molhada.
Desci às escadas um degrau de cada vez vestindo o sobretudo amarrei ao meio e levantei a gola. Uma tabacaria também cafeteira ficava perto da plataforma junto a outras lojas, estava cheia por isso optei por, não entrar, não gosto de multidões e muvuca. Certamente nunca iria ao um show ou em um estádio. Coisas de minha cabeça, seria o melhor lugar do mundo? (Não seria).
Medo era a palavra-chave, por más que enfrentaria qualquer coisa mas tinha medo das pessoas e do mundo, gostava sempre de estar em meu navio que saberia onde estava.
Então caminhei para plataforma, senhoras com suas sacolas de compras crianças correndo pela plataforma enquanto suas mães distraídas conversavam com outras mulheres que mau conhecia. Outras parecia um ácido revestido em roupas caras e brincos de ouro blindada aos pobres. Com certeza demoraria três anos para entrar no trem que me deixaria irritado.
Tinha que me acostumar, estava indo para o interior lá deveria ser como o relógio preso a uma bola de ferro que também já está me irritando.
O barulho da esperança vinha com os olhos acesos. Entrei e sentei na primeira fileira que me distraí quando procurava meu bloco de anotações, não notará que estava de frente para uma mulher que travou os segundos em horas de minha visão. Seria capaz de descrever cada curva e a leve textura da neve que a morava sobre sua pele, mas as prisões da mente são os desejos ocultos.
Minha estação chegara e ela me olhou uma única vez e me veio várias vezes a vontade de parar mas deveria cumprir uma escolha já feita.
A chuva agora se fazia mas fina e o tempo mas frio, escutava o solado do sapato bater sobre o asfalto escuro. Estava perto de meu apartamento mas como era de costume fui a um bar ali perto.
O cheiro me enjoava, e cada vez mas forte pela urina do lado de fora do bar. Ao entrar a porta fechou logo a traz de mim me empurrando para dentro. O balcão era minha casa e três doses de whisky já entrava abrindo uma trincheira em minha garganta, o dono do bar empurrava um cinzeiro preto cheio de bitucas disse que era o veneno contra os ratos e assim se armava a arapuca.
As horas ali voavam como os ventos de um tufão e três pancadas era o suficiente para me acordar.
levantei deixando 10 cruzeiros.
Descompassados passos até a casa e o tombo profundo nas águas do sono.
XXX
A viajem agora ficava mas pesada, preocupava com o combustível que já acionara a reserva.
Meus olhos fundos como covas, corroiam cada vez minha máscara carnal.
Cercas apareciam em fim, esticando arames trançados e emaranhados pelo tempo que viviam ali, às antigas paisagem montanhosas acidentadas cobertas por árvores livres, agora ficava para trás.
Poderia ver de longe em pequeninos tetos vermelhos, casas de taipa.
Lilith finalizada o sentido da chegada com o fechar dos olhos e o calar do motor. Teria que ajuda la empurrando até chegar.
De minuto em minuto parava, minhas forças eram fracas e o sono me perturbava com ilusões.
Uma criança vestindo somente short veio ao meu encontro.
--- Moço, tá quebrada?
--- Não, ela está com sede.
--- Eu também garoto. falei ofegante.
--- Aonde é o posto de gasolina.
--- Vó chamar meu pai, ele sabe.
O garoto correu, chamava o pai por todo o caminho podia ouvir sua vozinha distante.
Apoiei a moto ao descanso e sentei no chão esticando as pernas que afastava a areia com os bota. O cigarro do mascarado que ainda estaria vivo, era horrível.
Ele deve ter guardado em minha bolsa quando pensou em leva-la, ou até na movimentação caíra dentro, sorte que agradeço ao acaso.
Escutei a voz do menino mas não do homem que o acompanhava.
Seus passos eram firmes como alguém que sabia onde pisava e estaria disposto a defender seu lugar.
Suas sombras passavam rastejando por baixo da motocicleta.
--- Opá, tudo certo? Perguntou o homem, com uma voz grave.
--- Oi, preciso de um posto ou um pouco de gasolina até chegar lá.
--- Minha camionete tem um pouco, acho que dá pra dividi.
--- Ficaria muito agradecido.
--- Pai o moço também disse que tá com sede. disse o menino puxando a camisa do pai.
--- Deixe a moto ali na porteira vamos entrar pra beber um pouco de água.
--- Obrigado senhor e ao seu filho.
Andamos um pouco até a casa, fiquei em uma pequena varanda com cadeiras em cima de um piso cinza. Tirei a jaqueta molhada de suor
Os dois entraram, eu olhava minha Lilith queimar naquele sol de rachar.
--- Pegue, beba
o menino perto olhava os desenhos na jaqueta que a estiquei no banco de madeira perto de uma janela, ele observava um em especial. "Era lilith, em seus sonhos".
Bocas e olhos eram vividos e havidos de uma coisa que ele parecia entender me incomodava um pouco ele observar ela que estava seminua seu corpo com curvas acentuadas faria qualquer um perder em seu caminho.
O corpo envolvido por uma serpente que em cada dobra a havidez de um desejo pela vida e por estar vivo aguçava os sentidos o ar na pele atiçava seu libido que onde o cheiro doce e virgem espalhava no ar.
— Gostou da lilith. perguntei ao garoto que olhava curioso
— Ela não tem medo de cobra?
— São amigas dela
O olhar da pequena criança iluminava o ambiente de curiosidades sentimento perigoso, foi quando o pai pediu para ele ir ajudar sua mãe.
A casa deles era de uma simplicidade ao toque iluminado pela mão de uma mulher; era arrodeada por uma varanda meio muro branco com o roda pé vermelho mesma cor que fazia fundo das paredes internas, o portão de entrada era de ferro que rangia um gostoso som de uma visita distante (com certeza essa pessoa não se encaixaria a mim) vasos de flores de toda cor sentavam-se em cima do pequeno muro, duas cadeiras de balanço perto da entrada e um rede esticada na varanda lateral.
— minha camionete tá lá atrás, —vem.
Dois latidos interromperam o silêncio entre nós dois.
— Ele parece que não foi com minha cara.
— Ele passa muito tempo amarrado.
— Estou falando do velho no chiqueiro.
— Ah. disse o homem rindo — É o meu sogro ele só tem aquela cara.
— Não tem como piorar.
Os dois riram e o homem passou a chave abrindo o tanque de uma camionete grande de pneus largos.
A gasolina caia e mais uma vez o garoto aparecia no inevitável destino
— Pai, o senhor torto está aí.
— Ele tem a cara torta, — Aquele desgraçado quer me atormentar por um dinheiro que meu sogro pegou com ele.
Escutamos a mulher do homem gritar pedi para que o homem se afastasse o homem começou a correr pra dentro da casa.
Dez passos até a porta dos fundos da casa.
— Esse miserável tentou tirar minha roupa. Disse a mulher soluçando correndo para trás do marido,
O velho tinha boca torta e afetava em sua fala tendo que puxar a saliva ao final das palavras.
— Qual é, eu só queria sh dar uma olhadinha, sh já dava até pra sh abater um pouco na dívida
— Vá embora seu desgraçado, deixe minha família em paz.
— Não. sh hoje eu quero alguma coisa sh.
— Vá embora. Foi quando o homem puxou uma faca.
— Está valente hoje sh Marcus sh.
o velho puxou um revólver do cinturão por debaixo de um camisa com estampa florida.
— Vamos sh passe para cá sua égua sh.
— Não, por favor Enésimo vá embora
— cale sh a boca idiota sh eu falei que queria meu pagamento.
O clima tenso estendia aos laços da morte.
Corri até o carro do velho onde estava seu filho no banco do motorista uma criança ao meu ver deveria ter uns 15 anos de idade empunhava um rifle prateado com um cabo marfim.
Entrei pela a porta traseira do carro no lado do motorista e empurrei a cabeça do moleque contra o vidro fazendo ele desmaiar, abri a porta e tomei o rifle o vi meio grogue e assustado arrastei pelo tornozelo até a frente da casa, díspares um tiro para cima chamando atenção do velho.
— Ei sh sh sh sh me meu filho.— quem sh é você.
— Pai me ajuda ele vai me matar.
— O que quer?
— Vá embora agora.
O velho então passou sugando a baba com mais frequência devido ao nervoso e o medo.
— Deixe a sua arma jogue-a no chão e vá para o carro.
E assim foi feito o garoto ainda estava deitado no chão levanta e corre para teu pai.
Os dois gritaram os pneus do carro espalhando terra pôr os lados
— Eu sh vou voltar Marcus sh para pegar sh meu pagamento.
— Obrigado. Disse Marcus com mas medo de que quando puxou a faca.
— Não me agradeça, não escultou o que ele disse. — Vai precisar desse rifle e essa arma foi feita para matar não puxe ou se arme esperando um milagre ou a mudança do seu inimigo ele vai dizer qualquer coisa para te convencer que mudou, a ameaça de morte tem esse poder de mudar às pessoas.
Estou em débito com você fique hoje e vá pela amanhã, seria meu pagamento por hoje.
— Você está pedindo pela caridade ou por medo.
— Fique e coma algo já está pronto o almoço só preciso de um tempinho. Disse a mulher com grandes belezas entre traços e curvas perfeitas que quase entendi a obsessão do velho.
Limpou as mãos no vestido vermelho e verde e saiu pela porta dos fundos seu marido foi logo atrás e a abraçou ela então chorou.
Enquanto eles se recuperavam do susto e brigavam com o velho pai da mulher.
Eu peguei o galão e levei até lilith.
Meus passos era de um pássaro faminto a traz dos restos mortais para saciar minha cede.
Mas por estantes não escutara a doce voz de Lilith.
Meu medo era que o lado escuro se fizesse mas tarde.
Ao colocar todo o combustível retornei a casa para apanhar minha mochila e a jaqueta a poucos metros vi Marcus em pé livrando o sol dos olhos com a mão na testa, procurava-me,
— Fique, descanse e vá pela manhã é a única forma que tenho como agradecer o que fez por nós.
— Tenho mesmo que descansar.
Assim apertaram as mãos e entraram na casa, o calor se fazia mesmo lá dentro.
— Desculpa não quero me aproveitar da situação más queria tomar um banho.
—Eu que peço desculpa. disse Marcus agora como se conhece-me
mas com certeza não era o caso pra mim.
— Pode ficar nesse quarto, coloque suas coisas aqui, o banheiro fica aqui de frente.
Era um quarto pequeno com; uma cama, guarda roupa e uma janela grande com a vista para uma vegetação árida.
Separei uma roupa pra vestir e umas coisas que usaria por um dia era o tempo exato que ficaria ali.
Depois de tomar um dos melhores banhos que já tomei influenciado pelo alívio de calor que quanto mais o discorria a noite mas quente ficava.
Vesti a roupa e me sentei um pouco na cama, por um instante tive a impressão de ver uma sombra que passava pela janela. Não era uma de minhas loucuras era a esposa de Marcus que passava para estender algumas roupas no varal que era arames esticados por árvores como uma pintura a se apreciar por horas.
Como em um filme de arte ela se movimentava como um balé a cada peça seu vestido se encarava, mas em minha mente, destruía a pureza da indiferença entre nós cortei o laço mental com o cheiro da comida que chegou ao meu estômago.
Ela se aproxima da janela sem eu perceber e me fala com a boca cheia de sensualidade, esbarrando em meus sentidos.
— Oi moço vamos almoçar. Disse ela sorrindo.
— É o que eu mais quero, estou morrendo de fome.
— Ah isso é bom qualquer coisa que eu fizer vai estar gostoso. Ela riu uma gargalhada.
— Bom, o cheiro está ótimo.
— Então, vamos
O garoto me esperava do lado de fora do quarto como um vigia. Passei a mão em sua cabeça e também conduzir-lhe a me acompanhar.
Marcus e o velho estavam na mesa esperando a mulher servir.
— E então para onde está indo ó rapaz da moto. Disse o velho.
— Estou em férias procurando um bom lugar para descansar.
— E vai achar. Disse a mulher colocando uma travessa com um pernil de porco na mesa.
— Mãe. Gritou o menino chorando.
— O que foi filho?
— Era o Rodolfo. Chorando não deixava a mãe se explicar constrangida.
— O porco era o amigo dele Maria. Disse o velho com uma feição de dó.
— Mas gente eu.
— Fique calmo garoto ao comer a carne dele entrará em sua mente recuperando a memória e sua força. Minhas palavras fizeram todos calaram.
—Gente esse não é o Rodolfo. Mas vocês não me deixaram eu falar.
Todos riram inclusive o garoto que correu para conferir a ressureição do amigo porco.
A tarde quente na varanda depois do almoço se fazia de toda paz.
Maria no banco baixo costurava a calça enquanto seu filho que brincava com um carrinho que as vezes esbarrava no a tubo de linhas irritando a mãe, Marcus fumava cigarro que acabara de enrolar eo velho se esticava no cimento queimado da vá dando.
—Que tipo de religião come animais para ficar mais forte? Perguntou o velho com o chapel no rosto.
— A mesma religião que se faz o silêncio a sua estrutura principal.
— Não perturbe o moço pai. — Nossa não perguntei seu nome.
— Antônio.
— É um bom nome. — Eu ia colocar António no Junior não era Marcus.
A mulher disparou uma história atrás da outra fazendo com que só balançar a cabeça afirmando tudo com um certo receio de estar concordando com algo negativo.
O sol da tarde por assim fazer se inclinava para o pousar no horizonte o calor então diminuía assim como a luz. Sem TV sem rádio, via uma fogueira ser acesa pelo menino enquanto os mosquitos parecia querer devorar sua carne.
Por fim a luz do fogo dava um contrastes de cores ainda com o sol lançando seus últimos raios e agora não se via a longa linha azul do horizonte só a noite que tomava conta com um manto estrelado de massas e gases luminosos a anos luz de distância aquilo me fazia ainda mais perdido.
Vagalumes entravam na escuridão do mato esverdeando os galhos de uma árvore morta, sapos, longe cantavam uma melodia sinistra de um coral na beira de um lago enquanto corujas debochavam dos vivos o chamando para morte rasgando o teto da casa.
— Antônio, oi, vamos jantar.
— Obrigado Maria já estou indo.
Me preparei para jantar junto com os outros da família.
— Como é o nome dessa chácara?
— Rio seco é o nome. Marcus respondeu mastigando com os dentes detrás.
— Eu não sei por que, na minha época ele corria muita água eu até pescava aí.
— Mas isso faz muito tempo Don.
Maria agora estava mais bonita a noite ligava meus olhos a ela como se ele tivesse um imã de atração.
Terminei e dei três passos até à cozinha em busca de água e do contato a sós com Maria.
— olá, eu queria um pouco de água.
— Você pode pegar é porque estou lavando aqui.
— Claro não quero atrapalhar.
Meus olhos olhavam sua cintura que balançava junto com o cabelo encaracolado preto onde os fios finos brilhantes me chamavam escorregando pelo ombro, uma blusa que não cobria totalmente suas costa via a cor que me tentava tocar.
Virei-me e sair da cozinha era bastante cedo mas eles dormiam cedo.
O garoto já dormia o velho e Marcus conversavam na varanda da casa onde me juntei a eles.
O ar daquele lugar parece ser como um gás do sono. Também me deixava me levar pela calmaria. Marcus pediu para mim trancar a porta quando entrasse balancei a cabeça e vi o velho retirar-se.
Vi o céu, mas uma vez antes de entra e puxei a porta quase acordando todos na casa pelo rangido.
Entrei no quarto devagar e fechei a porta e fui até a janela uma brisa fria esfriava o tempo. Deitei na cama e peguei-me em sonhos como os de lilith sem limites para o mundo carnal.
Barulhos e gritos choros e tosses me voltaram ao mundo real abri a porta com rapidez era no quarto de Marcus. Corri até lá o velho estava na porta segurando o menino enquanto ele chorava ao olhar para a mãe que urrava olhei então dentro do quarto Maria pelada pulava e se enrolada como uma cobra nos lençóis Marcus atordoado e assustado não sabia o que fazer.
Foi então que ela se, pois, de pé com os olhos revirados.
— Olha quem veio me visitar, não se acanhe entre venha, venha, venha,
— Maria sé acalme.
— Não me jogue pedras, sabe quem sou eu, não minta, não minta, não minta. — Chame meu nome.
— lilith é você?
— Ah... venha, vamos sentir o gosto dos mortais venha, venha, venha.
— Eles estão limpos, você mesmo viu.
— Eu vi, mas sei que quer ela, entrar, entre suas delicadas pernas, aprofundar em um âmago de prazeres, profanar sua carne com beijos de traição, traição, traição. Suas risadas trocavam minha mente como uma ordem.
— Não seja covarde meu primeiro.--- venha, sempre estarei com você para saciar sua fome — se complete de prazer coma a carne da santinha que sabe coisas que você nem suspeita. — Experimente agora.
— Não.
Maria então possuída chegou perto de Marcus apertando os órgãos genitais dele e se enrolando ao corpo distraindo-o. É por fim quebrou seu pescoço o menino ficou paralisado ao ver seu Pai cair no chão olhando para ele com os olhos sem nenhum brilho e sem ar no a pulmões.
andou em direção ao velho que começou a tremer e babar, empurrou o garoto o velho caiu no chão e ela tirou as calças dele a palpando seus testículos. Ficou de pé e chutou o velho até morrer. Suas gargalhadas pareciam vim de um eco.
O garoto correu para minhas pernas.
— Me ajuda. Disse ele com a voz trêmula e não avia, mas choro só medo e uma gota de puro ódio.
— Parece com você, e quando eu te conheci. Ela riu ao dizer tais palavras. — Trepe comigo na frente dele e teremos um filho.
Ela então começou a tirar minha camisa.
o ato de heresia foi quebrado por barulho de carro que abria o chão com os pneus freando.
Maria desmaiou coloquei ela e o garoto no guarda roupa e pedi para que ele ficasse quieto.
As batidas na porta era de Enésio conheci pela voz.
--É hoje sh quero meu pagamento Marcus sh.
Então abri a porta. ele apontou a arma para meu rosto.
—E agora, você é o herói.
— Não quero confusão
O velho me acertou no estômago me deixando ar.
— E agora cowboy disse ele rindo que quase babou.
Fechei a porta com pé e pulei nas pernas. Ele caiu com a arma tempo suficiente para desferir dois golpes de faca no pescoço fazendo o sangrar o suficiente para morrer.
— Pai abra a porta. Batidas na porta trocavam.
Corri para o quarto onde avia me instalado pulei a janela dei a volta na casa indo até o carro apanhei o rifle e me aproximei do filho do desgraçado.
— Oi, o que está a vendo?
— Que vou te matar
--- Onde está meu pai?
— Você vai descobrir agora. Disse a ele com um tiro na cabeça.
A estrada agora era só minha.
Sabia que a mulher e o menino ficariam bem se eu estivesse longe carregará Lilith comigo para bem longe até encontrar a cura para essa maldição apartando-me de lilith.
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